terça-feira, 17 de julho de 2012
A escolha de Sojinha
Nos últimos anos, os maus resultados fizeram com que as palavras “MAC” e “trágico” se tornassem sinônimas. Sim, infelizmente os resultados em campo não agradaram, o planejamento não funcionou e o time não andou. Trágico.
Contudo, o maqueano de verdade não vê nos resultados ruins da bola o fundo do poço. Pode até parecer estranho, mas o real torcedor do MAC vê (e vê bem) na falta de estrutura político-administrativa o problema que vem deixando o clube em uma situação calamitosa.
Os resultados do campo de jogo são importantes. Contudo, diante de uma estrutura falida e de uma organização autoritária e amadora, sabe-se que qualquer bom resultado terá vida curta, enquanto que as más fases perdurarão por muito tempo (vide a atual).
A estrutura do MAC é patética. Melhor exemplo é o que hoje ocorre: o Presidente de direito do clube Ednaldo de Souza tem menos força política e executiva do que o 2ºVice-Presidente Sojinha, alguém que foi nomeado pelo Presidente e que exerce a chefia do clube como se fosse um Primeiro-Ministro em um regime parlamentarista.
E a perversidade da situação não para por aí.
Diante de um acéfalo conselho “que ninguém quer” deliberativo, que escolheu o atual Presidente, o 2ºVice-Presidente, aquele que realmente manda pode, por um ato do Presidente de direito, que nada manda de fato, ser deposto do cargo. E, além disso, como ao final do ano teremos eleições no clube, o atual Primeiro-Ministro pode ficar a ver navios, porque o supracitado conselho pode exigir do futuro presidente maqueano que não nomeie o atual Primeiro-Ministro para qualquer vice-presidência ou algo similar.
Nem as falhas da zaga maqueana conseguem superar a antiquada (pois o esqueleto do clube está firmada em um estatuto anterior a atual legislação civil) e catastrófica estrutura administrativa maqueana.
Reitero a minha não concordância com 95% das escolhas do Sojinha. Foram os erros na seleção de pessoal e no planejamento que me fizeram chegar a essa discordância quase absoluta. Porém, acho que o Sojinha pode mudar o MAC, e creio que seria algo bom para ele e todos nós.
É certo que o atual Primeiro-Ministro pode transformar o clube, mesmo sabendo que ele não comanda o parlamento (leia-se conselho deliberativo) e que o seu cargo decorre de nomeação.
Explico.
Pode o Sojinha propor medidas ao conselho para abrir o clube e para democratizar a estrutura. Não obstante, o “propor” dele seria mais do que um pedido, seria uma ordem para o conselho deliberativo. Por que disso? Porque os atuais conselheiros maqueanos (que já não tem “bom nome na praça”) não possuem condições (técnicas e financeiras) de negarem a um “pedido” do 2ºVice-Presidente.
Além disso, mesmo estando ele no cargo por conta de uma nomeação (e mesmo que o conselho deliberativo não concorde), o 2ºVice-Presidente tem, presentemente, mais estabilidade do que um servidor público com 20 anos de carreira, pois o Presidente de direito, o cara que nomeou, sabe que sem o apoio do Primeiro-Ministro “estar ferrado na vida” será pouco.
Ednaldo de Souza tem ciência que, mesmo sendo ele um mandatário faz-de-conta, por determinação legal, é ele o principal avalista do Marília Atlético Clube. Ou seja, se o MAC não paga, devem o clube e o Ednaldo.
Soma-se a esse detalhe o fato de que o defasado estatuto maqueano é presidencialista ao extremo, podendo o conselho pouco fazer a respeito das ordens do chefe. Diante deste
aspecto, se o Sojinha mandar e o Ednaldo concordar, pouco importa o que conselho deliberativo vá pensar, a ordem presidencial irá se concretizar.
Por conta disso é que falo que o Sojinha tem nos dias atuais a possibilidade de revolucionar a história administrativa do Marília Atlético Clube. Pode ele provocar uma nova era no clube, democratizando o sistema eleitoral, renovando o estatuto, acabando com as espécies associativas, abrindo as portas para novos sócios.
Não existem barreiras para o atual Primeiro-Ministro reorganizar o MAC.
E tem mais, o Sojinha não tem nada a perder com isso, só a ganhar. Sim, com as mutações internas mais sócios votantes serão, mas serão mais sócios votantes que pensam no melhor no MAC e que, por lógica, verão na figura do atual Primeiro-Ministro a pessoa ideal para presidir o clube por ter sido ele o responsável pela democratização do clube. É o famoso jogar para ganhar. É a escolha ideal.
Mas, é óbvio que há uma outra opção, a opção da omissão, a preferência de não mudar o horror nosso de cada dia. Creio que isso não seja uma solução inteligente para o atual Primeiro-Ministro, mas, é aquilo, o ser humano ainda é uma espécie humana.
Nesse caso, o conselho “que ninguém quer” deliberativo, que, agora, em julho, não tem força alguma, em dezembro, com o ano já terminado e com as contas já pagas, terão e serão os chefes da tribo. E, aí, o Sojinha, para poder manter o poder, terá que literalmente beijar a mãos destes conselheiros. Tudo dantes como era antes.
Aliás, se a opção pelo nada mudar for à escolha do Sojinha, deixo uma sugestão: que (como dinheiro anda brotando nos arredores do Abreuzão) ele pense em comprar o Guaratinguetá Ltda (com uma boa oferta, os donos vendem o time na hora), pois, assim, ao final do ano, terá ele, Sojinha, garantido o MAC na série A2 do Paulista e, ao menos, na série C do nacional de 2013. Com isso, ele se manterá na 2ªVice-Presidência até o final do próximo ano (terá agradado aos atuais conselheiros). Sim, porque com a estrutura atual o time terminará 2013 na mesma situação que começou 2012, e aí...
Por isso digo que o Sojinha tem sim uma escolha a fazer: ou opta pelo o que está aí, ou opta pela mudança democratizadora.
Se optar pelo que esta aí, mantendo esta estrutura amadora e arcaica (algo que no mundo do futebol-negócio representa um erro gravíssimo - sendo que em um time de proporções menores, como é o caso do MAC, pode levar a morte), o atual Primeiro-Ministro sofrerá na mão de pessoas que se vangloriam no sucesso e que culpam o primeiro bode no insucesso.
Agora, se optar pela escolha da mudança, da reestruturação administrativa, da democratização, os resultados de campo podem até demorar, mas virão e serão duradouros. E o melhor: a interação com a torcida fará que o número de maqueanos e de sócios cresçam e, com isso, o MAC cresça. Então, a partir daí, o presidente a ser escolhido será aquele que tenha competência e capacidade, alguém que pensa no MAC organizado e profissional, e não em algum qualquer que obedeça às ordens de um pequeno feudo.
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